Na última segunda-feira aconteceu o lançamento do Worldcoin, um ambicioso projeto que combina criptomoeda e identificação digital, liderado por Sam Altman, líder da OpenAI. Após anos de desenvolvimento, este projeto visa verificar a identidade dos utilizadores através da digitalização ocular, o que poderá resolver um dos desafios mais urgentes colocados pelos recentes avanços na inteligência artificial. Esses avanços tornaram difícil distinguir entre ações realizadas por humanos ou algoritmos.
Na verdade, uma vez que um usuário tenha verificado sua identidade por meio de escaneamento ocular, ele pode usar o Worldcoin criptomoeda. Esta criptomoeda integra-se a um aplicativo que permite aos usuários fazer pagamentos, compras e transferências usando Worldcoin, bem como outros ativos digitais relevantes dentro do projeto. Esta combinação de identificação digital e criptomoeda oferece uma nova abordagem para lidar com os desafios impostos pela inteligência artificial e fornece aos usuários uma maneira segura e conveniente de interagir com ativos digitais e conduzir transações no mundo digital.
“Tal como acontece com qualquer projeto verdadeiramente ambicioso, pode funcionar ou não, mas tentar coisas como esta é como o progresso acontece.”
Como funciona?
A Worldcoin afirma que a digitalização da íris é um método altamente confiável para verificar a autenticidade de uma pessoa e garantir que ela seja um ser humano, não uma inteligência artificial. Eles desenvolveram um dispositivo metálico denominado “orbe” para gerenciar esse processo de verificação biométrica. Depois de usar o orbe, você receberá um “World ID”, que lhe permitirá provar sua identidade como indivíduo real e único na Internet.
Desde abril, o orbe foi distribuído em vários locais do mundo, e os usuários podem encontrar o mais próximo e marcar um horário para verificação usando o World App ou acessando worldcoin.org.
Assim que uma pessoa passar na verificação com o orbe e for confirmado que é de fato um ser humano, ela receberá uma identificação global que pode ser usada como um passaporte digital global para fazer login em sites, aplicativos móveis e web3 descentralizados. formulários.
O objetivo por trás deste orbe é permitir que as pessoas acessem serviços online sem a necessidade de compartilhar dados pessoais, como nomes ou e-mails, em cada site que visitam. Desta forma, a privacidade e a segurança dos utilizadores são protegidas, proporcionando-lhes uma forma mais segura e fiável de interagir no mundo digital.
Worldcoin e privacidade
A coleta e o tratamento de dados biométricos pela Worldcoin têm sido alvo de críticas por parte de especialistas e ativistas em privacidade.
Uma investigação conduzida pelo MIT Technology Review revelou práticas de marketing enganosas, recolha excessiva de dados pessoais e a falta de consentimento informado adequado durante testes de projetos em países em desenvolvimento.
Além disso, foi destacada a existência de varreduras de íris de usuários chineses no mercado negro para acessar a rede beta da Worldcoin, ressaltando a importância de proteger adequadamente os dados biométricos.
Para responder a estas preocupações, a Worldcoin afirma que, uma vez otimizados os seus sistemas, os dados biométricos dos utilizadores serão anonimizados e apagados. No entanto, ainda não foi estabelecido um prazo para conclusão deste processo. A empresa garante que será transmitida apenas uma mensagem com representação numérica do código da íris para validar a singularidade de cada usuário, visando proteger a privacidade dos indivíduos.
Apesar das controvérsias e críticas, a Worldcoin atraiu o interesse de investidores e renomadas empresas de tecnologia Vale do Silício, que veem essa criptomoeda como uma solução potencial para ataques Sybil, onde um hacker cria várias identidades falsas para assumir o controle de uma rede online.